O assassinato de Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado-geral de São Paulo e atual secretário de Administração de Praia Grande, ocorreu nesta segunda-feira (15) em uma emboscada no bairro Nova Mirim, na Baixada Santista. O ataque aconteceu por volta das 18h, na Avenida Dr. Roberto de Almeida Vinhas, próximo ao Fórum da cidade, e reforçou a tensão em torno do crime organizado na região.
    alt=”assassinato de Ruy Ferraz Fontes em Praia Grande”

    >>mais notícias: Praia Grande

    Como aconteceu o assassinato de Ruy Ferraz Fontes

    Segundo a Polícia Militar, uma SUV preta perseguiu o Fiat Argo dirigido por Fontes. O veículo perdeu o controle e bateu em um ônibus. Em seguida, três homens desceram de outro carro e dispararam diversos tiros de fuzil contra o ex-delegado, que morreu ainda no local.
    alt=”polícia investiga assassinato de Ruy Ferraz Fontes”

    Feridos durante o ataque

    O ataque também atingiu um homem e uma mulher que passavam pela avenida. Equipes do Samu socorreram as vítimas, que seguiram para a UPA Quietude e depois foram transferidas ao Hospital Municipal Irmã Dulce. Apesar da gravidade, ambos se recuperam e não correm risco de morte.

    LEIA TAMBÉM: Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado-geral e secretário de Praia Grande, é assassinado a tiros de fuzil

    Investigações sobre o assassinato de Ruy Ferraz Fontes

    Logo após o crime, a Polícia Militar encontrou o veículo usado pelos criminosos e isolou a cena para a perícia. Além disso, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) acionou equipes de inteligência e grupos especializados para identificar e prender os autores.

    O comandante do Choque, coronel Valmor Racorti, informou o envio de mais de 100 policiais para reforçar as buscas na região. Enquanto isso, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) e a cúpula da SSP trataram o caso como uma possível vingança do Primeiro Comando da Capital (PCC). Fontes havia sido jurado de morte pela facção em 2019, quando comandava a Polícia Civil e transferiu o líder Marcola para um presídio federal.

    Trajetória de Ruy Ferraz Fontes contra o crime organizado

    Ruy Ferraz Fontes, 66 anos, dedicou mais de quatro décadas à Polícia Civil. Formado em Direito pela Faculdade de São Bernardo do Campo, com pós-graduação em Direito Civil, ele chefiou divisões estratégicas como Deic, Denarc, Homicídios e Decap.

    No início dos anos 2000, liderou a Delegacia de Roubo a Bancos do Deic e iniciou investigações pioneiras contra o PCC. Ele mapeou a estrutura da facção e indiciou sua cúpula, incluindo Marcola. Além disso, coordenou operações que levaram líderes da organização criminosa ao Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), em Presidente Bernardes.

    Entre 2019 e 2022, ocupou o cargo de delegado-geral da Polícia Civil no governo João Doria. Nesse período, coordenou transferências de chefes do PCC para presídios federais. Mesmo sob constantes ameaças, sobreviveu a pelo menos uma tentativa de atentado.

    A partir de 2023, deixou a segurança pública e assumiu o cargo de secretário de Administração de Praia Grande, que exerceu até o dia de sua morte.

    Repercussão após o assassinato de Ruy Ferraz Fontes

    A Prefeitura de Praia Grande e a SSP-SP lamentaram o assassinato e ressaltaram o legado de Fontes no combate ao crime organizado. Além disso, autoridades estaduais, incluindo o atual delegado-geral Artur Dian, foram até a Baixada Santista para acompanhar de perto as investigações.

    Share.
    Leave A Reply